“A Árvore da Vida”: Uma abordagem para trabalhar com crianças, jovens e adultos que passam por adversidades
Como as pessoas podem ser convidadas a falar sobre suas vidas de forma a torná-las mais fortes?
A “Árvore da Vida” é uma abordagem de esperança e inspiração para trabalhar com crianças, jovens e adultos que passam ou passaram por momentos difíceis. Esta metodologia foi desenvolvida através de uma parceria entre Ncazelo Ncube (que estava trabalhando na REPSSI na época) e David Denborough (Dulwich Center Foundation). Ncazelo e David desenvolveram inicialmente essa abordagem para ajudar os colegas que trabalham com crianças afetadas pelo HIV / AIDS no sul da África. Essa abordagem se mostrou tão bem-sucedida e popular que está sendo usada com crianças, jovens e adultos em vários países da África, e também na Austrália, no Brasil, no Canadá, na Rússia, no Nepal, nos EUA e em outros lugares.
Essa metodologia permite que as pessoas falem sobre suas vidas de maneira que as tornam mais fortes. As pessoas desenham sua própria “árvore da vida”, na qual elas falam de suas “raízes” (de onde vêm), suas habilidades, conhecimentos, suas esperanças e sonhos, assim como as pessoas especiais em suas vidas. Os participantes, em seguida, juntam suas árvores em uma “floresta da vida” e, em grupos, discutem algumas das “tempestades” que afetam suas vidas e as maneiras de responder a essas tempestades e proteger-se e uns aos outros.
A Árvore da Vida permite que as pessoas falem sobre suas vidas de maneiras que não são retraumatizantes, mas que fortalecem suas relações com sua própria história, cultura e pessoas importantes em suas vidas.
Ela tem sido usada com crianças, jovens e adultos em muitos contextos diferentes, incluindo grupos de refugiados e imigrantes; pessoas cuja comunidade sofreu com um desastre natural (inundações); grupos de jovens que foram expulsos da escola; mulheres que foram vítimas de violência doméstica, negligência, abuso físico e abuso emocional dentro de suas famílias; adultos que enfrentam doenças mentais e muitos outros contextos.
Também desenvolvemos recentemente uma versão Aborígene e Insular do Estreito de Torres da Árvore da Vida, e isso está sendo usado na Austrália Central, na Terra de Arnhem e no norte de Queensland.
Para mais informações clique no link abaixo:
Lindo e emocionante esse trabalho. As metáforas em torno da árvore como um símbolo pessoal são muito poderosas. Além de ser uma forma também de tratar de um assunto, que muitas vezes deve ser ignorando, é uma forma de externalizar qualidades, aspirações, conquistas e valorizar os pontos positivos de uma história de vida. Preparar essa árvore e depois vê-la, trazendo em si tudo do que aquela pessoa se orgulha, todo que ela deseja para si e sendo uma forma de lembrança ativa do seu valor enquanto gente deve trazer benefícios imensos, não é atoa que esse trabalho está sendo feito em diversos lugares do mundo. Fiquei com vontade de fazer a minha árvore, como uma forma de experimentar esse processo e perceber, em mim, o que pode surgir.
Tenho utilizado a abordagem da árvore da vida em atendimentos individuais e grupos e percebo a grandiosidade desse trabalho para as pessoas. É um processo transformador.
Realmente, também tenho usado com adictos. Observo muitas vezes que desenham árvores sem raízes e fico questionando com eles.
Muito emocionantes as experiências compartilhadas, nos dão esperanças de um mundo melhor e nos incentivam a criar práticas mais criativas também. Tenho utilizado o recurso da árvore da Vida em atendimentos terapêuticos e tem sido muito interessante essa conexão com o passado e presente e o futuro.
Uma ideia simples e ao mesmo tempo profunda…adorei, com certeza vou utilizar ela nos meus atendimentos. Obrigada pelo compartilhamento.
Desenhar árvores da vida é um processo bem lúdico de contar histórias, Cada parte da árvore é trabalhada e falada. Gosto porque se bem utilizada vai buscar muitas histórias alternativas e eventos são rememorados.
Conheci este trabalho na minha faculdade e entender melhor processo é incrível. Os trabalhos subjetivos mostrando cada vez mais o seu valor
Adorei essa ideia e pretendo utilizá-la em meus atendimentos.
Tive a oportunidade de fazer minha própria árvore da vida em um curso de práticas narrativas e foi muito gratificante perceber como eu mesmo me estruturava e como estavam meus sonhos e projetos. Em um contexto mais amplo é uma ferramenta muito poderosa!