Esta apresentação tem como objetivo trazer à tona as maneiras pelas quais a terapia narrativa pode ser usada como uma prática de descolonização, onde o conhecimento dos Aborígines e das Ilhas do Estreito de Torres e a habilidade na resistência, são honrados e discutidos em um cenário de terapia.
Tileah Drahm-Butler é uma mulher de Durrumbal que vive e trabalha em Kuranda, no extremo norte de Queensland. Tileah é uma assistente social em um ambiente hospitalar, atualmente trabalhando no Departamento de Emergência e Unidades de Terapia Intensiva. Ela completou o Mestrado em Terapia Narrativa e Trabalho Comunitário em 2014 e é apaixonada por encontrar maneiras de descrever as práticas da Terapia Narrativa de maneiras que são culturalmente ressonantes para os aborígines e para o povo das Ilhas do Estreito de Torres. Além disso, no trabalho que Tileah faz, ela continua a aprender junto com as pessoas que ela conhece para criar e recriar práticas narrativas que ressoam culturalmente, e que são moldadas por práticas culturais e espirituais.
Para mais informações sugerimos o livro a venda no link abaixo:
Aboriginal narrative practice: Honouring Storylines of price, strength and creativity
por Barbara Wingard, Carolynanha Johnson e Tileah Drahm-Butler.
Published on November 27, 2015
É encantador esse trabalho que produz espaço para contar outras histórias historicamente silenciadas pelo processo de colonização! Uma descolonização despatologizante!
Muito interessante também, nesse contexto, o uso da externalização.
Esses textos e apresentações têm sido um grande aprendizado!
Realmente, este processo de descolonização é muito importante, mesmo aqui entre nós, que continuamos sendo colonizados pelos USA. Nas terapias individuais vejo muita esta “crença” na superioridade estadunidense
Muito bom a visão de que nossa identidade é formada pelas nossas histórias. Externalizar o problema é se distanciar dele e compreender que ele não é o indivíduo, pois o contrário gera a ideia de a pessoa ser o problema, o que gera muita culpa.
Verdade, e nossas histórias são nossas histórias e não histórias emprestadas (colonialismo)
Que lindo vídeo! Imperativo nosso comprometimento ético com os processos de construção de sociedades antirracistas. Grupos de pessoas privilegiadas devem refletir e problematizar seus privilégios, seus espaços e firmar acordos com a transformação da sociedade. Só poderemos atuar neste sentido junto com as pessoas que sofrem das desigualdades sociais.
Neste viés, só vejo um caminho: educação humanista desde o berço
O processo de descolonização está em crescimento, pelo que vejo ao meu redor, principalmente no meio acadêmico aqui no Rio de Janeiro, entretanto há muita represália por conta de tradicionalismo dentro das universidades. Sou testemunha de processos dentro de universidade publicas (filosofia) com muito preconceito e não aceitação desta linha de pesquisa. Uma terapia voltada para este processo é muito bem vinda, pois vai trabalhar com histórias subjugadas.
A externalização se faz sempre presente e é incrível as diferentes formas que os problemas assumem.
Esse processo de descolonização proposto pela prática narrativa assim como a desconstrução de diversas instituições sociais são deveres éticos que primeiro devem ser estudados e trabalhados em nós mesmos para depois levarmos para os atendimentos.
Belíssimo trabalho da palestrante!
Sandra Mara de Mello
Barretos – SP
A frase: “As histórias focam no indivíduo com relação ao coletivo” me tocou muito e me fez refletir como as práticas narrativas vão além da pessoa.
Video perfeito! è muito importante resgatarmos esse olhar da nossa origem, a importância dos nossos antepassados e suas histórias na constituição da nossa identidade.
Brasil – São Paulo – São Paulo
Promover essa prática descolonizante é muito importante nos dias de hoje, pois nossas relações sociais estão muito intoxicadas por esses valores. Respeitar o próximo em suas individualidades é fator de crescimento para nossa sociedade. Conhecer a terapia narrativa tem me ajudado muito a refletir sobre as melhores formas de agir.
Através das práticas narrativas venho cada vez mais me perguntando: – o quanto de minha história, daquilo que penso de mim, do que me acredito, realmente é o que sou e o quanto é/foi imposto por terceiros? E venho percebendo que uma boa parte foi imposta por outras – família, escola, cultura, etc. É muito importante nos questionarmos sobre tudo e não fazermos julgamentos!
A experiência dela me inspirou! Quando ouço falar em histórias alternativas, a primeira que me vem à mente é a dos povos colonizados. Instigar a autoria desses povos é criar e fazer florescer diversas histórias diferentes, os enxergando como sujeitos ativos de sua própria jornada, que não está no passado e portanto não deve ser cristalizada, é futuro!
A contra cultura da abordagem descentralizada, que coloca as pessoas como especialistas de suas próprias vidas, da voz as comunidades e minorias que foram caladas pela colonização. Empoderando as pessoas a se tornarem protagonistas de suas próprias vidas, mas também a reconhecerem as influencias da colonização e das injustiças sociais nas construções das histórias e de seus problemas