Os projetos inovadores que discutimos neste capítulo se baseiam em práticas narrativas coletivas que se preocupam em responder a grupos e comunidades que experimentaram algum tipo de sofrimento social e opressão em contextos nos quais a “terapia” pode não ser culturalmente ressonante. As Práticas Narrativas Coletivas têm uma história rica e envolvem uma gama diversificada de metodologias que podem ser usadas com indivíduos, grupos e comunidades. Neste capítulo, vamos ver apenas algumas metodologias…
“Como conselheiros, terapeutas, trabalhadores psicossociais e agentes comunitários, histórias de dificuldades nos encontram. De certa forma, somos receptores culturais de histórias de sofrimento (Waldegrave, Tamaseses, Tuhaka & Campbell, 2003). E muitas vezes esse sofrimento está ligado a injustiças mais amplas: à violência, ao abuso, ao racismo, à pobreza, ao sexismo, ao domínio heterossexual. Ser os receptores culturais dessas histórias traz consigo responsabilidades impressionantes; por exemplo, há responsabilidades para consolar e, de alguma forma, aliviar as dificuldades. Mas há outra responsabilidade com a qual espero também nos envolveremos. Como podemos receber essas histórias e nos envolver com elas de maneiras que não apenas aliviem a tristeza individual, mas também capacitem e sustentem a ação social local para enfrentar as injustiças mais amplas, a violência e os abusos em nossos contextos variados? Como podemos fornecer fóruns para a tristeza, angústia e sofrimento das histórias que recebemos para serem transformadas em ações coletivas? Não quero dizer grandes ações sociais, quero dizer contribuições locais, significativas, ressonantes, sustentáveis ou sociais. (Denborough, 2008, p. 192)
O documento a seguir é um exemplo de conversas que ocorreram em várias aldeias rurais do Malawi. Aqui os profissionais envolvem problemas em uma personificação com um trabalhador desempenhando o papel de Senhor/ Sra. Aids, que representa o HIV/AIDS; e outro desempenha o papel do Sr./Sra. CUIDADO, que representa a comunidade. Os membros da aldeia são convidados a fazer perguntas sobre esses dois personagens, e uma conversa se desenvolve.
Por favor, clique no link para ler sobre este exemplo convincente de prática coletiva!
“De pouco em pouco fazemos muito”
No link a seguir você encontra uma entrevista onde Paulo Freire descreve alguns de seus pensamentos sobre opressão, responsabilidades éticas e como estes moldam possibilidades de mudança social. O trabalho de Paulo Freire influenciou o desenvolvimento de práticas narrativas coletivas.
Fazendo História e Relevando Opressão
O Projeto Comunidade de Auto-ajuda do Monte Elgon, baseado na area rural de Uganda, usa práticas narrativas para estimular e sustentar a ação social local, projetos ambientais e econômicos. O vídeo abaixo contém algumas das histórias da obra de Caleb Wakhungu e do projeto Mt Elgon.
Uma das maneiras pelas quais o campo da prática narrativa continua a diversificar é através de projetos de inovação. Estes são frequentemente o resultado de colaborações, convites e desafios. Muitos deles envolvem “invenções interculturais” e parcerias. Você pode gostar de explorar alguns destes exemplos:
Dicas Salva-Vidas dos Jovens Muçulmanos Australianos
Histórias de Cura | Parcerias com Comunidades Aborígenes e das Ilhas do Estreito
Para conhecer outros projetos do Dulwich Centre clique aqui:
Para conhecer os projetos do Reciclando Mentes clique aqui
Muitos terapeutas narrativos e agentes comunitários estão agora usando músicas em seu trabalho com indivíduos, grupos e comunidades. A página a seguir contém músicas criadas durante vários projetos do Dulwich Center na Austrália e no exterior, além de links para descobrir mais sobre os contextos em que foram criados.
Músicas como respostas as Adversidades e ao Trauma
Para refletir:
Existe alguma ideia ou projeto que mais se destaca para você neste momento? E essa ideia ou projeto despertou seu entusiasmo ou curiosidade?
De que maneiras você pode começar a experimentar essas ideias ou metodologias?
O que você acha? Você tem uma ideia que pode ser interessante trocar com os outros? Por favor, deixe-nos saber e compartilhe seus pensamentos sobre este capítulo antes de seguir em frente. Não se esqueça de dizer de onde você está escrevendo (cidade e país). Obrigado!
Ao longo do estudo desse módulo, cheguei a um link na página do Dulwich Center com o título The Narrandera koori Community Gathering. O artigo relata bem todo um trabalho de práticas narrativas que foi feito com a comunidade local e achei muito interessante. Os relatos de participantes dessa vivência são emocionantes e marcam bem como as conversas e os momentos de vivências em comunidade com o objetivo de estarem juntos os ajudou a encontrar uma forma mais harmônica de conviver, além de poderem conversar sobre desafios, medos, problemas e outras questões. Acho muito interessante pensar como trazer essas práticas para comunidades que hoje sofrem muito por terem um distanciamento tão grande entre seus membros e terem esquecido que, apesar de suas diferenças (de idade, de classe, de trabalho ou o que for), todos tem uma mesma origem e dividem uma cultura comum. Acho que mesmo trazer algumas dessas práticas para grupos menores, como uma forma de iniciar o trabalho, pode trazer inúmeros benefícios para todos os participantes. Talvez iniciar o trabalho junto à uma ONG/um grupo menor, e deixar que esses indivíduos vivenciem suas experiências e possam convidar outros da comunidade para adentrar as práticas.
Olá, sou do Espírito Santo-Vitória/Brasil. Nesse módulo pude revisitar e conhecer também novos métodos narrativos transformadores. Na minha prática tive oportunidade de vivenciar a Árvore da Vida com mulheres que passavam por momentos difíceis. Elas conseguiram resgatar em sua história, episódios que permitiram a elas retomar o fôlego para seguirem em frente com suas vidas. Gostei muito do projeto que perdonificpu a AIDs e a CARE. Foi uma maneira sensível e respeitosa de abortar naquele contexto, um assunto tão delicado. Gostei muito da vivência dos gravetos que mostrou aos membros da comunidade como juntos, eram mais fortes. Foi uma bela metáfora para reconecta-los as suas forças locais. Fiquei pensando que poderia utilizar essa vivência para suscitar a mesma conexão nas comunidades com as quais irei trabalhar.
Esta externalização da AIDS e CARE também achei muito interessante, dá muita oportunidade de perguntas e sugestões.
Manaus/Amazonas.
Sou psicóloga e este módulo me fez lembrar de um estágio realizado em uma casa/asilo onde moravam pessoas que cumpriram pena no Instituto de Psiquiatria Forense e que não tinham para onde voltar, muitas vezes a família não os recebera de volta. Fizemos um trabalho simples de pintar as mãos e “carimbar” em um papel pardo, escrevendo o nome abaixo da mão carimbada. A atividade teve uma repercussão enorme, pois aquelas pessoas não tinham mais o direito de contar suas histórias, eram reduzidas a crimes cometidos e prescrição de medicamentos. Quando viram suas mãos gravadas em um cartaz com seus nomes pendurados na parede da área de convivência, sentiam um orgulho e mostravam aos outros o seu nome. Aquele estágio me impactou muito e este módulo de práticas narrativas coletivas me reportou aquela situação e aquelas pessoas. As vezes com pouco recurso e pouco tempo podemos proporcionar grandes momentos para quem não se sente mais no direito de contar sua história e nem se reconhece mais como ser humano.
Interessante este trabalho, pois estas pessoa precisavam de visibilidade. Com isto elas começaram s se ver e mostrar-se.
Boa tarde sou de Cuiabá/ Brasil
E achei muito interessante o artigo sobre a AIDS e o CARE ao ler esse artigo foi muito emocionante ao saber que juntos podemos combater ao grande e realizar sonhos e projetos, mas se tomarmos atitudes assim como no projeto Comunidade de Auto-ajuda do Monte Elgon, que também foi algo muito surpreendente de conhecer . Enfim por meio dessas atitudes podemos inspirar outras pessoas a fazerem também grandes projetos , sendo assim capazes de mudar e fazer a diferença na sociedade.
Achei interessante o artigo sobre à AIDS, pois ele nos leva a pensar que juntos podemos fazer mais do que apenas uma pessoa. Esses tipos de informação que nos leva a ver como nós podemos superar qualquer barreira seja ela as nuvens da opressão ou as paredes da negação.
Achei muito legal , essa forma de interagir com as crianças que muitas vezes não tem acesso a essas atividades e recreação , muito bom as crianças desde pequena já estarem aprendendo
a se autoconhecer isso pode realmente mudar a vida delas…
Achei interessante o artigo sobre a AIDS, la a gente pode perceber que a gente nem sempre consegue fazer as coisas sozinhos, é sempre importante lembrarmos que juntos vamos mais longe..
É legal ler um artigo como esse e ficar refletindo, que a gente consegue o que quiser sim.. Basta querer e correr atras!!
Achei muito interessantes, no vídeo projeto de Comunidade de Auto-ajuda do Monte Elgon, mostra como as pessoas de lá são fortes, por ter várias dificuldade que acontece em relação as crises entre outras causas. Achei muito curioso o artigo da AIDS e a Care mostra que devemos se unir e lutar para uma sociedade melhor.
Achei fascinante o modo como eles usaram a prática narrativa para motivar a ação social e desenvolvimento econômico,em que um lugar de pobreza e doenças é cheio de sonhos e esperanças,dando motivações para as comunidades trabalharem para construir um lugar bom.
E uma das partes que me chamou mais atenção foi o modo de como eles aproveitaram o sol e o vento fazendo um projeto de energia solar e eólica e no final poderem reconhecer suas conquistar.As falas de Caleb Wakhungu me fez ver que devemos sempre procurar o lado bom nas coisas ruins,ela diz que muitas vezes o povo lutava para proteger as colheitas do calor do sol e que a força dos ventos levavam os telhados de suas casas,e que agora toda vez que eles derreterem de calor lembraram que aquilo os trará luz e os ventos energia.
Giovanne, você tem muitos pontos para externalizar e criar textos incríveis, né?
O ponto que mais me chamou atenção foi em como se tendo conhecimentos ou não, todos temos uma história, no qual se transforma em uma narrativa e assim uma herança textual, como foi dito no vídeo. E o mais interessante foi o artigo da AIDS, demonstrando em como a sociedade deveria se unir, criando uma luta constante sobre tal assunto.
Essa sua fala “se tendo conhecimento ou não, todos temos uma história” me chamou muita atenção, principalmente porque muitas vezes é algo para o qual não nos atentamos. Creio que é algo no qual pensarei durante o dia.
Boas reflexões, Amanda!
Achei encantador como eles demonstraram no artigo que sozinhos não somos capazes de fazer nada. Uma forma de inspirar muitas pessoas a fazer a mudança na sociedade.
Essa intervenção me fez relembrar de um projeto de intervenção comportamental que participei como coordenadora para o Ministério da Saúde através da ong Canto Jovem Natal Rn . O nome do projeto: Protagonismo Familiar no Enfrentamento as AIDS/DTS em Natal, onde atingimos diretamente 20 famílias residentes nas regiões e administrativas norte e sul da cidade de Natal, em situação de risco social e pessoas e capacitamos 30 profissionais de saúde e educação na abordagem sistêmica familiar. Atingimos indiretamente 2000 pessoas usuárias dos serviços de saúde . O objetivo era
Contribuir para reduzir a vulnerabilidade as DST/AIDS nessas famílias buscando a participação ativa destas como protagonistas sociais em saúde sexual e reprodutiva, mediante abordagem sistêmica familiar. Com certeza teria sido maravilhoso se na época nos do projeto tivéssemos tido contato com a Terapia Narrativa e pudéssemos ter usado algumas de suas práticas de intervenção.
Muito bom este módulo, relacionado ao trabalho com comunidades. Sou de Belo Horizonte/MG e vejo grande relevância de aplicação na metodologia em comunidades aqui em Minas afetadas por rompimentos de barragens.
Psicóloga, Diretora do Instituto Humanitas Salvador -Ba
Esse módulo me remeteu a um instrumento que idealizei na Formação do Instituto Humanitas em Salvador- Bahia que dirijo.
A “Cadeira do Terapeuta” é o instrumento aplicado no final da formação em um laboratório de Estilo Terapêutico. Às perguntas que me instigaram a criar este instrumento foram:
Como se constrói um estilo terapêutico? Que percurso podemos trilhar em uma formação clínica sistêmica que nos conduza a um delineamento de uma identidade terapêutica? Quais elementos de uma história pessoal constituem acervos para uma trajetória profissional? Que vozes da equipe permanecem internalizadas durante uma vida profissional?
Ele está inspirado no trabalho de Ncaselo Ncube (2006), A Árvore da Vida, desenvolvido na África, para atender crianças portadoras do vírus HIV e órfãs de pais a elaborarem suas histórias sofridas de luto. A proposta da Cadeira do Terapeuta tem se mostrado útil e adequada para o aluno construir uma primeira sistematização de seu estilo terapêutico, identificando e transpondo para sua prática clínica algumas de suas características pessoais, somadas aos momentos marcantes vivenciados na formação – todo este acervo constitui um primeiro esboço de uma identidade clínica flexível e mutável, coerente com a concepção de construção identitária da práticas pós-modernas
Alba Ortego – Rio de Janeiro, Brasil.
Achei todas as ideias e projetos muito interessantes, cada um com uma sensibilidade propiá mas aportando ferramentas que podem ser utilizadas em outros contextos. Pelo trabalho que eu faço com jovens me chamou muito a atenção as dicas Salva-Vidas dos Jovens Muçulmanos Australianos, vou apresentar este material para eles e adoraria que eles topassem fazer mais dicas.
A arvore da Vida é uma atividade muito simbólica e profunda, que pode ser desenvolvida de uma forma fácil e sem precisar de muitos recursos materiais.
O vídeo do Projeto Comunidade de Auto-ajuda do Monte Elgon é inspirador, um exemplo claro de como fazer intervenções comunitárias efetivas, sustentáveis a longo prazo e construídas por toda a comunidade,as crianças, jovens, adultos, idosos…todos trabalhando juntos.
Muito interessante este módulo e entender alguns dos trabalhos em práticas narrativas. O que me é mais encantador é justamente o fato dos trabalhos serem bastante diversos e muito enraizados em cada uma das situações. Assim como na clínica temos a crença de que o cliente é o especialista de sua vida, também nos trabalhos de comunidades temos essa crença de que eles são especialistas em suas comunidades, culturas e problemas, partindo deles toda a prática narrativa. A criatividade com que os projetos são feitos sempre me encantou. Na clínica – e principalmente com as crianças – o Time da Vida é muito bem recebido e nos dá ótimos materiais de trabalho, assim como músicas já conhecidas por eles ou criadas. Acho importante e reconfortante poder fazer sempre novas metáforas e novas práticas.
Olá,
me interesso muito pelo conteúdo de como diferentes comunidades podem se ajudar, sem se conhecer, mas se reconhecendo nas suas estratégias de sobrevivência. Fiquei particularmente emocionada com a entrevista com Paulo Freire e saber que ele é reconhecido como uma pessoa inspiradora para o desenvolvimento de ações de práticas narrativas colaborativas. Um trabalho muito semelhante também foi desenvolvido pelo Boal com o teatro do oprimido, que também é lindo. Acho que estes materiais dão tanto sentido à vida. Entender que estamos aqui e desfrutamos do que foi feito para nós e que estamos fazendo coisas para as pessoas que vem, é oferecer sentido às nossas ações cotidianas. E como disse Freire, não se adaptar à vida, mas transformá-la.
Realmente, aqui no Brasil, para se falar em práticas coletivas de aprendizagens não se pode esquecer de Paulo Freire, onde aprendizagem é superação.
Uma pena perceber que existe um grande retrocesso quando lemos esse texto do Paulo Freire e analisamos o que está acontecendo hoje em nosso país. Que possamos resistir e ir em frente .
Sou Manoel Vasconcellos Gomes, Psicólogo, moro no Rio de Janeiro. Destas práticas em terapia narrativa, relacionado com as comunidades, me chamou a atenção mais fortemente a relativa a AIDS e CARE, pelo seu poder de questionamento e superação, com grande poder de positividade. Tenho ideia de utilizar a música nas minhas atividades em comunidades. Tenho também um projeto meu utilizando máscaras, que representam os clamores da comunidade, que usadas podem dar um mostração mais explicita do problema
Meu nome é Danielle, sou do Rio de Janeiro e me interesso desde o 4° período por terapia narrativa por conta de uma professora na abordagem.
Adorei o capítulo e a forma como funciona todos estes trabalhos sociais em diversos contextos diferentes.
Particularmente, o que mais amei foi a história do Sr AIDS. Ficou clara a importância desta explicação, do espaço aberto para tirar dúvidas, da personificação do “problema” e da criação de perguntas e esclarecimentos pela própria comunidade.
Além destas amostras, lembro-me de ter executado um documento em sala chamado ‘time da vida’ e era um pouco semelhante á árvore da vida, em que relatávamos as pessoas em escala de importância de acordo com seu lugar ‘em campo’. Isso me fez pensar na importância de refletirmos, tiramos dúvidas, abrir nossa mente não só para intervir e ajudar o próximo, mas também para nos conhecer melhor e nos tornarmos versões melhores do que já somos.
adorei!!!!
SANDRA MARA DE MELLO – BARRETOS/SP
adorei a entrevista de Paulo Freire. Sou apaixonada por ele e seu trabalho. Tanto que fiz uma especialização para trabalhar com idosos analfabetos em uma comunidade e deu muito certo. Sonhos guardados desde criança foram realizados. Também gostei muito do fato de construírem juntos projetos de geração de renda.
Beatriz Pires Coltro – Florianópolis, SC.
Os projetos onde as práticas narrativas coletivas são aplicadas parecem ter um poder transformador intenso pela ação e compromisso coletivos que despertam. Vejo isso como uma vantagem importante no trabalho com grupos, pois pode contribuir para a construção de um vínculo e de uma identidade do grupo, que por sua vez estimula os participantes a se envolverem uns com os outros. Penso que as ferramentas das práticas narrativas coletivas podem ser utilizadas em diversos contextos, não somente naqueles onde há sofrimento e trauma, justamente pelo potencial de estimular as pessoas ao movimento e envolvimento. Na minha atuação profissional, penso que as práticas narrativas coletivas podem funcionar com crianças e pais para promoção de relações familiares positivas.
Como foi precioso conhecer novos projetos e espaços em que as Praticas Narrativas Coletivas tem sido utilizadas. Trouxe inspiração para minhas praticas e ampliou reflexões.
Brasil – São Paulo – São Paulo
Me chamou muito a atenção o Projeto Suitcase e Árvore da vida. São projetos que pretendo estudar e aplicar em grupo ou individualmente nas sessões de atendimento psicopedagógico e arteterapêutico.
Bárbara Piazza (CRP 08/31939). Psicóloga, escritora e artista independente.
Falo de Curitiba, sul do Brasil.
Certamente o projeto criado por jovens australianos muçulmanos com dicas para Salvar Vidas me pareceu uma surpreendente e transformadora maneira de lidar com os conflitos étnicos ocorridos no país.
Para além da criatividade, me tocou de uma maneira muito profunda perceber que existem pessoas no mundo interessadas em um ativismo que não necessite ser violento para se fazer ouvido.
Infelizmente no Brasil vivemos um momento de intensa polarização e intolerância, e é inspirador perceber que é possível uma outra alternativa.
Como, além de psicóloga, venho me especializando em cinema documental e roteiro, me pareceu uma excelente maneira de experimentar metodologias novas com os clientes que venho atendendo.
Mas, certamente, a criação de canções também pareceu ser um recurso bastante interessante. Principalmente porque atendo algumas pessoas que cantam e tocam violão, ou seja, a música talvez fosse uma metodologia mais simples e familiar para uns, enquanto que o audiovisual para outros.
Todos os projetos das Práticas Narrativas Coletivas apresentados me inspiraram a pensar sobre a importância da criatividade, disponibilidade, curiosidade e o papel do terapeuta. Como esta proposta tão generosa e acolhedora permite em um primeiro momento, oferecer um espaço para discutir e refletir questões muitas vezes oprimidas, e estimular ações coletivas e transformações. Pois, resgata a sabedoria, que já existe. Isso é potente e libertador: devolver a autonomia e responsabilidade por suas vidas.
Erika -São Paulo
Ao longo desta etapa do curso e dos estudos, o que me encanta é o respeito e o valor pelo conhecimento dos indivíduos, das comunidades, dos grupos. Os profissionais jamais impõem seus conhecimentos, pelo contrário, abraçam e respeitam os valores e saberes dos grupos e das pessoas. Como trabalho no serviço público, isso me mostra o contraste existente, pois as políticas são sempre impostas sobre a população, sejam elas na área da saúde, meio ambiente ou outras. São sempre os profissionais com seus diplomas, mestrados e doutorados, com seus saberes encastelados, que impõem políticas para as populações; os saberes, os conhecimentos e as vivências das pessoas, das comunidades, jamais são ouvidos e valorizados. Outro ponto que me chamou atenção, também, é que há certo interesse que algumas ações não deem certo, visto que o seu sucesso significaria que um determinado programa deixaria de existir. Isso me deixou pensativo. Realmente, se muitas políticas e ações tiverem sucesso, isso significaria seu fim, o fim de financiamentos, cargos, etc. Há interesse? Enfim, cada vez aprendo mais! Gratidão!
Sou Luis Souza, sou de São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo, não dá para iniciar esse comentário sem falar do orgulho e ao mesmo tempo tristeza de encontrar aqui um depoimento de Paulo Freire. Alegria porque reforça a minha admiração pelo seu trabalho, alegria por entender que toda vez que vejo algo do Paulo Freire por aqui fico mais seguro com a minha real conexão com o trabalho desenvolvido pela Terapia Narrativa. A tristeza vem da realidade que estamos vivendo hoje no Brasil, é retrocesso demais em relação as conquistas realizadas tão duramente e por tanto tempo nos aspectos sociais e econômicos. Fica a certeza que a Terapia Narrativa poderá contribuir muito com as novas lutas e desafios no Brasil de hoje. Todos os trabalhos retratados aqui nos dão uma riquíssima fonte de inspiração para lutar por uma vida mais justa e feliz para as comunidades em que estamos atuando. Quero muito estudar e entender melhor como funciona o projeto Árvore da Vida.
(Belo Horizonte / MG) Olá! Esse módulo trouxe contribuições muito importantes para mim, que atuo na Assistência Social, onde a prática de grupos é constante. A Àrvore da Vida e a prática da AIDS e CARE me chamam especial atenção, por serem muito potentes. Outro aspecto que considero muito relevante é o trabalho a partir do conhecimento produzido pelas próprias comunidades e seus indivíduos, e que busca fortalecer suas pontencialidades e dar visibilidade às formas como buscam resolver suas questões. É uma abordagem respeitosa, ética e significativa!
Muito interessante a abordagem sobre as práticas narrativas como instrumento de autoconhecimento e práticas terapêuticas em um contexto coletivo. A experiência da Árvore da vida, bem como a questão da música, também é bastante relevante dentro do contexto das práticas narrativas.
Olá, falo de Ribeirão Preto – SP. Fiquei muito curiosa em conhecer mais sobre a Árvore da Vida. Achei um excelente recurso!
Uberaba, Minas Gerais. Muito coesa a ideia de que as propostas e intervenções coletivas, quando pensadas de forma colaborativa, têm uma probabilidade muito maior de adesão e sucesso, porque fazem sentido para aquela comunidade, e não somente foi imposta e explicada. Essa permite, ainda, que a própria comunidade se engaje e reflita sobre as questões que são discutidas e os problemas colocados em pauta. Complementando os outros capítulos do curso, essas propostas parecem depender muito da postura curiosa, aberta e irreverente do terapeuta.
Eu achei muito interessante o documento “Conversando com a AIDS e a CARE”, em como a personificação das questões, com a externalização dos problemas possibilitaram novos diálogos, que foram construídos em conjunto. Teve uma fala que me chamou atenção que foi, “Observei como os moradores começaram a se separar do problema da AIDS, e o estigma que cerca a doença começou a diminuir. Ao mesmo tempo, essas formas de trabalhar mudam a relação entre nós como trabalhadores e comunidade. Deixamos de agir na comunidade e, em vez disso, começamos a trabalhar juntos, unidos contra o problema da AIDS.”
De Franca/SP
O módulo me faz refletir sobre como a critiatividade é uma importante aliada ao se pensar as estratégias de intervenção e também nos projetos que buscam por transformações sociais. É necessário pensar para além do que já está colocado, a fim de atrelar a prática terapêutica com propostas de ações sociais que enfrentem as injustiças mais amplas. Achei encantador a forma como os projetos foram apresentados. Há muito para se fazer!
Achei muito interessante o modo que as práticas narrativas podem ser utilizadas em trabalhos comunitários. Achei muito bom o vídeo por mostrar as fotos do projeto, da construção de cada etapa. Também gostei muito de ler os comentários e as experiências relatadas, também me lembro de uma prática de estágio que realizamos com trabalhadores da universidade, onde também fizemos um “mapa” com características e histórias de cada um que compunha o grupo. Acho muito potente quando essas reflexões conseguem fortalecer o sentimento de comunidade, nesse contexto tão individualizante.