Os projetos inovadores que discutimos neste capítulo se baseiam em práticas narrativas coletivas que se preocupam em responder a grupos e comunidades que experimentaram algum tipo de sofrimento social e opressão em contextos nos quais a “terapia” pode não ser culturalmente ressonante. As Práticas Narrativas Coletivas têm uma história rica e envolvem uma gama diversificada de metodologias que podem ser usadas com indivíduos, grupos e comunidades. Neste capítulo, vamos ver apenas algumas metodologias…


“Como conselheiros, terapeutas, trabalhadores psicossociais e agentes comunitários, histórias de dificuldades nos encontram. De certa forma, somos receptores culturais de histórias de sofrimento (Waldegrave, Tamaseses, Tuhaka & Campbell, 2003). E muitas vezes esse sofrimento está ligado a injustiças mais amplas: à violência, ao abuso, ao racismo, à pobreza, ao sexismo, ao domínio heterossexual. Ser os receptores culturais dessas histórias traz consigo responsabilidades impressionantes; por exemplo, há responsabilidades para consolar e, de alguma forma, aliviar as dificuldades. Mas há outra responsabilidade com a qual espero também nos envolveremos. Como podemos receber essas histórias e nos envolver com elas de maneiras que não apenas aliviem a tristeza individual, mas também capacitem e sustentem a ação social local para enfrentar as injustiças mais amplas, a violência e os abusos em nossos contextos variados? Como podemos fornecer fóruns para a tristeza, angústia e sofrimento das histórias que recebemos para serem transformadas em ações coletivas? Não quero dizer grandes ações sociais, quero dizer contribuições locais, significativas, ressonantes, sustentáveis ou sociais. (Denborough, 2008, p. 192)


O documento a seguir é um exemplo de conversas que ocorreram em várias aldeias rurais do Malawi. Aqui os profissionais envolvem problemas em uma personificação com um trabalhador desempenhando o papel de Senhor/ Sra. Aids, que representa o HIV/AIDS; e outro desempenha o papel do Sr./Sra. CUIDADO, que representa a comunidade. Os membros da aldeia são convidados a fazer perguntas sobre esses dois personagens, e uma conversa se desenvolve.

Por favor, clique no link para ler sobre este exemplo convincente de prática coletiva!

“De pouco em pouco fazemos muito”


No link a seguir você encontra uma entrevista onde Paulo Freire descreve alguns de seus pensamentos sobre opressão, responsabilidades éticas e como estes moldam possibilidades de mudança social. O trabalho de Paulo Freire influenciou o desenvolvimento de práticas narrativas coletivas.

Fazendo História e Relevando Opressão


O Projeto Comunidade de Auto-ajuda do Monte Elgon, baseado na area rural de Uganda, usa práticas narrativas para estimular e sustentar a ação social local, projetos ambientais e econômicos. O vídeo abaixo contém algumas das histórias da obra de Caleb Wakhungu e do projeto Mt Elgon.


Uma das maneiras pelas quais o campo da prática narrativa continua a diversificar é através de projetos de inovação. Estes são frequentemente o resultado de colaborações, convites e desafios. Muitos deles envolvem “invenções interculturais” e parcerias. Você pode gostar de explorar alguns destes exemplos:

Árvore da Vida

Dicas Salva-Vidas dos Jovens Muçulmanos Australianos 

Histórias de Cura | Parcerias com Comunidades Aborígenes e das Ilhas do Estreito

Para conhecer outros projetos do Dulwich Centre clique aqui:

Projetos Inovadores 

Para conhecer os projetos do Reciclando Mentes clique aqui


Muitos terapeutas narrativos e agentes comunitários estão agora usando músicas em seu trabalho com indivíduos, grupos e comunidades. A página a seguir contém músicas criadas durante vários projetos do Dulwich Center na Austrália e no exterior, além de links para descobrir mais sobre os contextos em que foram criados.

Músicas como respostas as Adversidades e ao Trauma 



Para refletir:

Existe alguma ideia ou projeto que mais se destaca para você neste momento? E essa ideia ou projeto despertou seu entusiasmo ou curiosidade?

De que maneiras você pode começar a experimentar essas ideias ou metodologias?


O que você acha? Você tem uma ideia que pode ser interessante trocar com os outros? Por favor, deixe-nos saber e compartilhe seus pensamentos sobre este capítulo antes de seguir em frente. Não se esqueça de dizer de onde você está escrevendo (cidade e país). Obrigado!