As práticas narrativas têm um rico histórico de criação e compartilhamento de documentos e engajamento de público. Aqui nós olhamos para uma série de maneiras diferentes de fazer isso!
Uma das primeiras características que definiu a terapia narrativa foi o uso criativo da documentação ou da palavra escrita. Nesta apresentação em vídeo, David Newman descreve as maneiras pelas quais ele está usando documentos vivos com jovens em uma enfermaria de internação.
Leitura adicional:
Aqui, disponibilizamos um artigo anterior de David Newman descrevendo seu uso do trabalho escrito dentro da prática terapêutica narrativa: Resgatando o dito a partir do que foi falado, de David Newman.
Este artigo ilustra como podemos usar quatro categorias diferentes de documentos. Exemplos de cada um dos seguintes documentos são oferecidos, e o autor também compartilha algumas de suas experiências, dilemas e aprendizados na criação de documentação terapêutica.
Neste link adicional você encontra ainda: cartas gravando uma sessão; documentos de conhecimento e afirmação; documentos de notícias; documentos para contribuir com ritos de passagem.
Usando Documentos Terapêuticos | Hugh Fox
Ncazelo Nucbe-Mlilo é uma psicóloga e terapeuta narrativa do Zimbábue que vive e trabalha na África do Sul. Aqui, ela apresenta o projeto “Narratives in the suitcase”, que procura usar metáforas de viagem e documentação criativa para ajudar as crianças refugiadas. Este trabalho é inspirado no trabalho de Glynis Clacherty e The Suitcase Project (ver link abaixo). Também se baseia em ideias de Sherri Osborn.
Neste artigo encontramos respostas para as 8 perguntas a seguir:
- O que significa o termo “testemunha externa?”
- Por que é importante que haja testemunhas de histórias preferidas?
- Qual é a história dessas idéias e formas de trabalho?
- O que são cerimônias de definição?
- Que tipo de respostas as testemunhas externas fazem?
- Quais são alguns dos riscos comuns da prática de testemunhas externas e como isso pode ser evitado? Você tem alguma sugestão útil sobre isso?
- Quais são os diferentes contextos em que o trabalho de testemunhas externas ocorre?
- O que você mais gosta em práticas de testemunhas externas?
Marilyn O’Neill, Hugh Fox, Gaye Stockell, Anne Schober, Jeff Zimmerman, Emily Sued e Dirk Kotzé, forneceram material para o artigo a seguir. Este artigo, editado e escrito em conjunto com David Denborough, foi compilado por Maggie Carey e Shona Russell.
Práticas de Testemunhas Externas
Para refletir:
Quais formulários de documentação podem ser mais relevantes em seu contexto?
Existem algumas ideias ou práticas específicas que você encontra nesses materiais que você pode usar em suas futuras reuniões com pessoas?
Alguma dessas perguntas te deixou pensativo(a)? Você tem outra pergunta que gostaria de fazer para aqueles que se juntarem a você neste aprendizado online? Por favor, deixe-nos saber abaixo! Inclua, também, de onde você está escrevendo (cidade e país). Obrigado!
No vídeo com David Newman, achei extremamente reflexivo quando ele traz a ideia de que a palavra escrita pode ser uma forma de comunicar/expressar aquilo que não conseguimos dizer pela oralidade. Vejo muito das psicoterapias de diferentes areas apoiando-se estritamente na fala oral e, vez ou outra, usando um elemento de desenho ou da escrita como suporte, então perceber o valor e o caminho que a escrita pode abrir para o sujeito cliente é extremamente inovador na minha caminhada. Gosto demais da ideia da escrita como uma forma de fazer um momento específico perdurar e permitir que esse seja recordado, além de também conseguir enxergar o significado que deve ter e o impacto de poder ler relatos de outros, além de poder ler o seu próprio relato. No vídeo sobre o Suitcase Project, acho que ficou muito claro o impacto que as crianças devem sentir ao conseguir externalizar suas qualidades, suas forças e aquilo que elas admiram em si mesmas como conquistas e habilidades. Esse uso dos documentos me parece essencialmente ligado ao papel da externalização na terapia narrativa. Além de ser também, pelo que percebi dos documentos escritos do David Newman, uma forma de organizar planos e estabelecer estratégias para lidar com os problemas (como no caso dos relatos sobre pesadelos). Imagino que deve ser de muita ajuda ter esses documentos palpáveis para organizar qualquer confusão mental e sensação de desamparo, pois traz para o mundo físico o que antes só existe dentro de si e entre uma conversa.
Olá, sou de Vitória-ES. Gostaria de dizer que fiquei bastante impactada com o conteúdo desse módulo. Quero destacar o vídeo da Ncazelo que apresentou um lindo método chamado “Narrativas na bagagem”. Ela me inspirou a pensar em possibilidades de se trabalhar de forma significativa, em contextos permeados por Narrativas saturadas de problemas. Fiquei feliz, ainda de conhecer alguns documentos que podem ser usados como contra-documentos, oferecendo a abertura de novos caminhos às pessoas. Foi esclarecedor o texto que apresentou as cartas Narrativas, especialmente o trecho que destacou aspectos importantes a serem considerados como: Onde a carta será mantida?; Quando será lida?; Quem deveria ler?…
Penso que os documentos narrativos são portas que se abrem às pessoas no sentido do resgate de suas identidades favoritas. Em meu contexto poderei utilizá-los, agora de maneira mais criativa. Estou grata pela contribuição dos colegas.
Rosângela Coimbra Brasil Amaral – Psicóloga – Belo Horizonte – Minas Gerais.
Aprendi que as vezes a escuta precisa ser muito mais ampla e que ela antecede ao processo terapeutico e que uma “ferramenta” poderá ser mais “presente” que o próprio terapeuta, além de indutora do tratamento.É o interessante caso relatado por David Newman, de paciente isolado em seu quarto institucional, com recusa de tratamento a diversos profissionais. Antes de qualquer entrevista, conversa, ele lhe ofereceu um texto de um caso semelhante ao seu o qual o mobilizou a procurar-lhe, inclusive levando uma proposta de desenvolvimento de habilidades para “derrubar paredes”…
Muita sensibilidade do David Newman em perceber essa forma de “tocar o cliente”!
Incrível também o trabalho de Narrativas de Bagagem, principalmente pela simbologia da “mala” que leva à percepção maior e mais rica dessa viagem interior, com resgates importantes da história de vida. A Narrativa possibilita verificar riquezas quando compartilhada e acolhida pelo outro, tornado-se mais valorizado. Toda essa descoberta abre perspectivas e esperanças para traçar novos caminhos.
Desenvolvia trabalho semelhante com grupos, mas a “simbologia da mala” deu outro tom e concretude na bagagem de cada um. Parecia uma forma de legitimar para si e para os outros o quanto já produziu e tem dentro de si…
Também me chamou muita a atenção a metáfora da bagagem de viagem, uma vez que carregamos histórias em nossas vidas, com se fossem pesadas malas. Devemos guardá-las no maleiro de nossa psique? Ou devemos desfazer estas malas e arrumá-las de modos diferentes? Deixamos malas preciosas pelos caminhos de nossa vidas? Podemos resgatá-las, construindo novos cruzeiros.
Incrível a intenção em preencher o vazio entre um contato e outro, a sensibilidade como forma de respeito e a prontidão em construir a partir do desejo que nasce uma nova história… ou novas histórias…
Moro atualmente em Manaus/Amazonas.
Já indiquei a pacientes de automutilação a escrita em diário, como era muito usado antigamente, em todos os casos os pacientes, normalmente adolescentes retornaram positivamente em relação a estes registros, mas lendo o material deste módulo, penso que não tratei com essas pessoas quem iria ler estes registros, ou se alguém poderia ou deveria ler. Acredito que possa incrementar e melhorar esta técnica nos meus atendimentos.
Cuiabá/Brasil
A escrita é como nossa digital, o estilo e a perspectiva nos torna únicos, pelo registro narrativo é possível externar nossos sentimentos de forma livre e espontânea, é como conversar com o mais íntimo dos amigos: você mesmo.
Como professora, entendo a escrita como extensão dos meus alunos e todo e qualquer material escrito revela momentos e possibilidades deles. Ao ler algo de alguém, sinto que preciso ter empatia e ser honesta para poder estabelecer uma ligação digna de confiança com o “escritor”.
Olá meu nome é Maria Eduarda e eu sou de Cuiabá.
O público-alvo é, portanto, fundamental para alavancar seu negócio. Com a escolha certa ficará mais fácil empreender ações mais direcionadas e eficazes, com mais chances de dar certo e trazer resultados.
Muito sensível a forma criativa de David Newman acessar o jovem institucionalizado já apresentando um documento escrito por outros jovens sobre dificuldades que enfrentam. Abertura para uma conversação futura pode ser introduzida pelo relato de outros com semelhantes dilemas. Adorei!
As narrativas na bagagem me inspiraram a desenvolver uma atividade análoga durante o curso de formação com os meus alunos, sobre quais “acervos” eles tratariam em suas bagagens referentes à suas famílias de origem, para que eles identifiquem valores, compromissos, etc em suas práticas profissionais. Sem duvida este capítulo me inspirou a construir exercícios de compartilhamento que forneça a todos que deles participem à noção de que “estamos no mesmo barco”, fomentando a possibilidade de sairmos do isolamento quando estamos vivendo situações críticas.
A escrita é um meio de descrevermos o que estamos vivenciando, sentindo ou observando, e o uso de documentos terapêuticos é um modo de nos ajudar a lidar com cada situação. A escrita tem o poder de nos acalmar e desabafar em certas situações, e consegue passar nossas ideias sobre algo. A escrita é uma terapia que todos nós podemos fazer.
Mell, sou de São José do Rio Preto, estado de São Paulo, sabe que nunca senti muita segurança ou fui um bom criador de texto mas depois que vou lendo e entendo a proposta daTerapia Narrativa, tenho ficado surpreso com os meus textos. No meu caso estou me sentindo empoderado.
Sim! E é algo que nunca tinha pensado que poderia ser usado dessa forma. Na verdade, todo esse curso, mas especialmente esse módulo, me mostra quantas possibilidades existem e nas quais nunca havia pensado; e ainda me deixa aberta para descobrir novas.
A escrita é observada por mim como um exemplo de individualidade, por que cada pessoa tem, de certa forma, uma experiência e percepção totalmente distinta uns dos outros. Ela também se torna uma terapia muito pessoal, por causa do seu eu se refletindo sobre as coisas que ele guarda dentro de si.
Mell Hellen, você tem razão! A escrita é um acalento para a nossas aflições.
Cuiabá-MT. Brasil
A escrita é um lindo exemplo de documento, para aliviar o público-alvo através de desabafos com seus próprios sentimentos. Podemos considerar os poemas uma forma de externalizar pela escrita. no ponto de vista do David Newman a escrita é bem melhor que a fala em vários quesitos, como, usada corretamente, ela é bem específica; a fala pode soar ameaçadora e agressiva, dependendo da sonoridade, causando conflitos, no caso de algum trauma a fala pode faltar. Com isso, podemos perceber a importância desse documento na vida da sociedade.
Bom a escrita para mim é um meio de desabafo. Uso ela de forma individual só para mim. Acredito que é importante nos aliviar de pressões que estamos vivendo dentro de nós.. E é assim que eu consigo me aliviar, essa forma que eu descobri me ajuda muito.. A escrita te leva para outros lugares você pode imaginar e realizar tudo na sua escrita criando histórias.. Vale a pena tentar!!!
A escrita nos ajuda a expressar tudo que sentimos.E que cada um tem seu modo de pronunciar diferente,nos auxiliando a refletir oque queremos, e nos aliviando em determinados momentos de dificuldade que sentimos só,é um tratamento que ajuda bastante em situações de aperto.
Giovanne e Kamilly, vocês têm razão: A escrita é um instrumento único e pessoal. Transformem sempre a escrita de vocês em ferramentas de renovação social! Boa reflexão!
Cuiaba-MT (BR)
Colégio Coração de Jesus
1C Giovanna Rodrigues
Muitas pessoas possuem mais facilidade em escrever do que falar, como é o meu caso.
Na escrita a única coisa que está lá é você e suas palavras, e fica bem mais fácil de se expressar, e justamente por isso, existem os diários, que dá uma impressão de confidencialidade.
Ou quando lemos algo de outra pessoa e ficamos pensativos sobre algo que para nós, não fez muito sentido, enquanto quem escreveu, possui o seu devido significado.
As palavras e os sentimentos que colocamos nela, transforma em algo único e especial.
Cuiabá-MT
Eu acredito que a escrita é algo muito pessoal,cada um tem um tipo de escrita,algumas pessoas tem dificuldade em escrever, já outras escrevem com uma certa facilidade. Sem contar que é uma das melhores formas de aprender,pois algumas pessoas só aprendem depois de escrever sobre determinado assunto.
É bom salientar que a escrita como instrumento terapêutico, nas terapias narrativas, tem um sentido bem diferente da escrita comum, ou como um simples desabafo como é da lida de muitos escritores. Em terapia narrativa, para assim ser considerada, ou seja, como instrumento para esta abordagem, a escrita está inserida em um contexto de relacionamentos sociais, para que através destes encontros sociais possa ser produzida histórias alternativas.
O vídeo de David Newman, me chamou muita atenção, quando ele traz a ideia de que a palavra escrita pode ser uma forma de comunicar/expressar aquilo que não conseguimos dizer pela oralidade. Por isso, acredito que a escrita é uma terapia, onde não precisamos ter medo de nos expressar, desabafar e assim, podendo se sentir livres para escrever o que quiser…
A escrita é algo que todos têm para se expressar, colocar para fora algum sentimento sendo ele bom ou ruim. Muitas pessoas têm dificuldade de se expressar com a fala, por isso utiliza da escrita, que acaba sendo uma terapia para muita gente. Mas a escrita é diferente, ela varia de pessoa por pessoa, pois cada um tem uma maneira diferente de avaliar certas situações. Ela também para deixarmos algo importante registrado, algo que não queremos esquecer. Muitas vezes escrever uma história, narrando fatos importantes do seu dia, faz você sentir bem, que teve alguém para contar o que havia acontecido. A escrita é uma preciosidade, que hoje praticamente todo mundo, pode usufruir.
Boas reflexões, alunos do 1° ano C!
Encantei-me com a possibilidade de trabalhar de várias formas com a escrita apresentada pela Terapia Narrativa e com população variada: criança, adolescentes, família, casal e comunidades. Favorece a diminuindo a possibilidade de conflito e facilita, de forma mais fidedigna, a expressão da experiência vivida pelo outro, incorporando novos conhecimentos e perspectivas. Essa ferramenta possibilita dar a voz muitas vezes a quem não tem, podendo introduzir e incorporar novos pensamentos, percepções, crenças e sentimentos registrados de forma concreta, podendo ser de grande ajuda ao processo terapêutico.
Salvador – Bahia
Fiquei bem impactada com a Narrativa da Bagagem, onde nós permite pensar que bagagens podemos levar das nossas historias de vidas mesmo tristes e resignar para desafios encorajadores.
A escrita é forma forma de me expressar, em relação ao meu dia, o que estou sentindo em relação a algo ou até um lembrete de um ocorrido. Um modo de se sentir livre, sem ter ninguém para julgar sobre as nossas opiniões.
A escrita, como expressão-se os seres humanos através dela. Bem , acredito que a escrita é a melhor comunicação que temos , pois ela atravessa o tempo. podemos nos comunicar com os mortos por ela, se algum falecido por acaso deixou uma carta, expressando aquilo que não consegui dizer em vida para alguém, os hieróglifos por acaso são a escrita dos egípcios se comunicando com o resto do mundo, visando como era a vida deles naquele tempo. A necessidade de se comunicar/expressar o que vemos ou sentimos existe desde sempre, a escrita perdura ela quase eternamente
ok, meninas do 1º ano C!
Olá, me chamo Danielle e sou do Rio de Janeiro. Quando vi o nome deste capítulo, na hora não entendi muito bem do que se tratava a documentação aliada a prática. Mas conforme fui lendo os documentos e ouvindo, fui vendo a preciosidade que é documentar, armazenar, escrever e ilustrar questões das nossas vidas. Fiquei encantada também, com o projeto social apresentado no TED sobre as narrativas da mala. Incrível como as metáforas nos fazem desenvolver diversos insights, e enxergar a nossa própria vida de outra maneira. Pois antes das crianças aplicarem nos desenhos aquelas lembranças, gostos, princípios, ideias, etc; dificilmente elas paravam para pensar sobre sua vida a partir de outros óculos.
As histórias alternativas sempre estão escondidas, mas quando aparecem com ajuda de um terapeuta ou outro profissional, elas mostram a sua grande e indubitável importância.
Amei o capítulo!
Bárbara Piazza. Psicóloga, escritora e artista independente. Falo de Curitiba, Brasil.
Primeiramente gostaria de dizer que encontrei a prática de testemunhas bastante pertinente e interessante, principalmente com relação a concepções de riscos e cuidados que se deve ter no desenvolvimento dessa proposta.
Como, para além da graduação em Psicologia, tenho especialização em Dramaterapia, formação em Cinema Documental e agora estou fazendo formação para Roteirista, o trabalho criativo está intimamente ligado ao trabalho terapêutico, dentro da minha atuação.
Nesse sentido, vejo que documentos como os de circulação são essenciais para as pessoas manejarem um novo enredo sobre si mesmas, para essa plasticidade do ser enquanto persona e o resgate de sua autoria sobre as próprias histórias que vive e compartilha com os demais à sua volta.
Entendo que o incentivo à escrita criativa e à autobiografia são parte do que se pode entender por “documentos de circulação”. Algo que inclusive pode ser trabalhado em terapias tanto individuais, quanto coletivas.
Queria verdadeiramente agradecer à equipe do Reciclando Mentes por oportunizar a tradução dessa formação, está me auxiliando muito a elucidar caminhos possíveis para a atuação profissional, sem perder de vista o estímulo à criatividade e à expressividade.
Se alguém tiver interesse em responder o meu comentário, deixo a pergunta… Quantos aqui se utilizam de exercícios de escrita criativa e autobiografia na sua prática profissional? Digo, realmente estimular uma produção literária em seus pacientes/clientes?
Barbara, sou de São José do Rio Preto, trabalho com Metodologia de Projetos, que na sua essência desenvolve todo conhecimento, desejado, pelo aluno através de um tema que o próprio aluno escolhe. Ele dá oportunidade para que a comunidade de aprendizagem (escola ou não) possa fazer surgir a partir da comunidade construções belíssimas de autoria dos aprendizes. Eu penso que tudo que vi nesse módulo e nos anteriores pode enriquecer muito o jeito que aprendi a educar (trabalhar). Sucesso por aí…
Os documentos terapêuticos chamam bastante a minha atenção nas práticas narrativas. Vejo que escrever, na clínica, tem um grande poder. Faz com que as coisas sejam mais táteis e mais passíveis de mudanças. O fato de poder compartilhar os escritos com outras pessoas é algo bastante interessante que me leva a pensar na criação de um documento para cada um dos importantes temas abordados nas sessões com os clientes, para que haja um grande número de trocas entre eles. Trocar faz também com que as pessoas se sintam parte de algo e com que sejam vistas como habilidosas para ajudar outras pessoas. É muito bonito de se ver. Lindo também o vídeo sobre o projeto “Narratives in the suitcase”! Quantas coisas podemos botar em nossa bagagem!
Moro no Rio de Janeiro.
Bastante inovador é a produção de documentos e a utilização de testemunhas externas em terapia narrativa, muito pouco, ou quase nunca utilizados em outras abordagens. Em meu contexto, como terapeuta, vou usá-los sempre, uma vez que ao meu ver estes instrumentos são fatores primordiais para a produção real de histórias narrativas, visto que são experienciamentos para os assujeitamentos, já que a nossa identidade (devir) se faz pela linguagem e pelos relacionamentos sociais.
Sou de São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo, também estou encantado com as ferramentas e os efeitos que elas produzem. Aprendi a trabalhar com Metodologia de Projetos e penso que a dobradinha pode ser incrível. Entendo que existe um resgate do potencial que cada indivíduo possui e que nem sempre está utilizado. Aprendendo muito.
Acho que o uso de documentos na prática clínica é algo realmente fascinante. Fiquei pensando como há um mundo enorme de possibilidades que podem ser trabalhadas na prática terapêutica e como ainda somos tão pouco criativas, nos resguardando a performances tão arraigadas em práticas seculares.
Gostei particularmente do uso do documento de conhecimento. Acho que é um recurso importante para não se perder na fragilidade que há nas conversas faladas, bem como legitimar seus espaços grandiosos de construção.
Barretos -SP
É fantástica a ideia de documentos e como a criatividade se torna importante, pois cada contexto necessita de documentos pertinentes a ele. Usarei na minha sala de aula a produção de documentos a partir de metáforas.
Penso que a escrita é uma alternativa incrível para contextos em que a linguagem oral é limitada ou tende a expressar muito mais (ou muito menos) do que queremos dizer, como evidenciou David Newman. Na Psicologia consideramos muito valioso o desenho ou qualquer produção lúdica da criança, como um registro do que ela quer dizer. Acredito que o mesmo pode ser verdade para os registros de adultos, especialmente em contextos terapêuticos.
Vejo as cartas reflexivas como uma possibilidade interessante para o meu contexto de trabalho com grupos, já que ajudam a sintetizar histórias alternativas relevantes para o grupo como um todo. São histórias que inspiram a explorar novas experiências, comportamentos, práticas, que melhoram as relações das pessoas e as deixam mais sensíveis aos seu relacionamentos. Penso também nos desenhos e produções mais criativas como possibilidade, em especial aqueles criados em grupo, como na experiência da psicóloga Ncazelo Nucbe-Mlilo .
Foi muito importante revisitar e conhecer novos modos de produzir encontros para além da fala, por meio de documentos narrativos de modo geral. O desafio é a partir de tais inspirações colocar em prática enriquecendo histórias e conversas.
A cada dia tenho testemunhado os efeitos da escrita dentro das conversas terapêuticas. Acredito que seja de extrema importância buscarmos incluir o seu uso em nossas práticas. Contudo, reconheço que muitas vezes o excesso de trabalho dificulta essa inclusão, por isso, me marcou a frase do David de que “um documento curto é melhor do que nenhum documento”, isso me faz pensar de que podemos adaptar seu uso de acordo com nossas possibilidades.
Como foi precioso conhecer novos projetos e espaços em que as Praticas Narrativas Coletivas tem sido utilizadas. Trouxe inspiração para minhas praticas e ampliou reflexões.
Brasil – São Paulo – São Paulo
Penso que todos os documentos apresentados podem ser relevantes no meu contexto, contudo talvez precisem ser acordados com o cliente e adaptados de acordo com a situação, observando as regras de ética e privacidade.
Achei interessante a ideia de utilização dos documentos terapêuticos, principalmente pelo fato de possibilitar um maior envolvimento dos envolvidos e auxiliar a pessoa em terapia a ter ferramentas que a auxiliem a se cuidar no processo e criando corresponsabilidade pelo mesmo.
Me chamou muito a atenção a forma como as histórias são compartilhadas e como a existência de testemunhas externas podem enriquecer o processo terapêutico. A maneira de conduzir as sessões, bem como a forma perguntar mantendo o foco no que foi dito pela pessoa para auxiliá-la a ampliar suas possibilidades de solução dos problemas por meio de novas histórias alternativas, muitas vezes focadas nas habilidades e conhecimentos que a própria pessoa tem e que é validada por outros. Além dos efeitos que produzem na formação da identidade de todos os envolvidos.
A escrita narrativa é uma prática que quero utilizar com mais frequência nos atendimentos.
Assim como colocado pelos colegas, foi inspirador a apresentação destes recursos como possibilidades na prática narrativa. Compreendo que a escrita e a arte são significativas nesse processo e podem transformar as histórias, os significados e as identidades das pessoas. A linguagem pode libertar das histórias dominantes, resgatar os próprios conhecimentos e habilidades, e encorajar para seguir em frente. Entendo também, que essa postura circular apreciativa permite compartilhar o conhecimento que está sempre em construção.
Oi, sou do RJ. Na minha percepção, as testemunhas externas e os documentos terapêuticos podem se assemelhar a quando contamos algo ou enviamos uma mensagem para alguém querido, compartilhando alguma situação que esteja sendo difícil.
Quando fazemos isso, sempre esperamos ouvir palavras de apoio, ou como somos pessoas fortes frente àquele problema. Acho que isso se encaixa legal com o que vi nesse módulo.
Esse módulo foi muito enriquecedor! Muito obrigada!
Achei fascinantes as experiências apresentadas. A da bagagem é muito rica. Todas são muito ricas, para dizer a verdade! Em relação às práticas das testemunhas externas, apenas me questiono como fica essa questão tendo-se em vista o código de ética do psicólogo, visto haver a questão do sigilo. Pelo que tenho estuado e visto, as práticas/terapias narrativas, nos países onde ocorrem, principalmente na Austrália, dão-se em um contexto mais da assistência social, que envolvem psicólogos e outros profissionais. Mas me pergunto como seria esse funcionamento aqui no Brasil, por exemplo, com psicólogos clínicos fazendo consultas individuais? Enfim, aprendizados cada vez mais interessantes e instigantes! Gratidão!
Sou de São José do Rio Preto, interior estado de São Paulo. Minha experiência profissional ao longo dos últimos 10 anos foi vivenciada a partir de uma pequena escola na periferia da minha cidade. Esta Escola chamada Maria Peregrina, inspirou-se na Escola da Ponte (Portugal) e desenvolve a Metodologia de Projetos como prática educacional. Foi lá que me inspirei também para participar de uma ampla reformulação na metodologia dos cursos do SENAC (escola de educação profissional) em todo o estado de São Paulo. O método que tem como princípio que o desenvolvimento dos conteúdos/aprendizagem sejam desenvolvidos a partir de um tema escolhido pelos alunos. E aí? O trabalho é muito colaborativo, modifica o clima do ambiente de aprendizagem e IMAGINO que com a contribuição da Terapia Narrativa os trabalhos ficarão ainda mais autorais, ainda mais comporão a história e a busca por um futuro que esteja alinhado com sonhos e desejos do aluno. Eu tenho, a partir dos módulos que vão se seguindo, sonhado muito com essa conexão. Uma melhoria que sinto em mim, desde já, é que a minha elaboração de texto já segue um outro ritmo. Melhorei muito. Os vídeos de David Newman e Ncazelo Nucbe-Mlilo nos inspiram, mostram que toda sensibilidade na aproximação com as pessoas fazem muita diferença. Vou reler cada texto, porque de um jeito lúdico aprendi que é possível abordar uma enfermidade tão complicada como o Diabetes. Valeu esquipes Reciclando Mentes e Dulwich Centre pela parceria.
A palavra escrita como forma de materializar o pensamento contribui para ampliar e resgatar reflexões feitas em momentos específicos da terapia, e também contribui para revisar os passos do caminho percorrido, daí a importância de documentar o andamento do trabalho.
Uberaba, Minas Gerais. Os recursos apresentados neste capítulo são tão ricos no que diz respeito a reivindicar o protagonismo da própria história, situando o terapeuta como um coadjuvante que auxilia nessa jornada. O conteúdo deste capítulo, especificamente, contribuiu muito para que eu conseguisse começar a vislumbrar, visualizar, de forma mais pragmática, as práticas narrativas em campo, isto é, de que formas elas poderiam ser articuladas. E esta consolidação do conhecimento vêm sendo progressiva ao longo dos capítulos deste curso.
Os documentos ajudam as pessoas a se conectarem com as suas habilidades e conhecimentos sobre como enfrentar os seus problemas. As empoderando e as colocando em locais de protagonistas das soluções desses problemas. Além disso, ajudam outras pessoas a se conectarem com esse conhecimento, podendo utiliza-los em suas vidas. Tornando essas habilidades e conhecimento mais visíveis e valorizados, sendo concretizadas por meio da palavra escrita.
Em um grupo terapêutico com estudantes de pós-graduação, os membros externalizaram seus problemas em relação a formação na figura de um vírus, que afetava as suas vidas de diferentes formas. Juntos eles construíram de forma colaborativa um protocolo de segurança com medidas de enfrentamento do vírus. Contando as habilidades e estratégias já utilizadas pelos membros do grupo para enfrentar sus problemas com a formação.
Assim, os membros do grupo puderam reconhecer e destacar suas habilidades e concretiza-las no protocolo. Além de compartilhar estratégias que poderiam ser utilizadas pelos outros membros.
A terapia narrativa é realmente diferenciada. Gostei muito da técnica da bagagem. Me fez refletir sobre a minha bagagem de vida. O que estou carregando e não quero mais, e o que quero continuar levando comigo nessa caminha de vida.
Este módulo do curso me faz refletir sobre a importância de pensar quais são as propostas e intenções por trás de cada recurso utilizado. O capítulo demonstra de forma muito dinâmica e interessante que os documentos terapêuticos são potentes ferramentas que nos auxiliam a testemunhar o trabalho e o percurso realizado nos atendimentos, de forma a concretizar e registrar o percurso.
Achei muito interessante a reflexão sobre os efeitos dos documentos que estamos acostumados a produzir, seus significados, suas utilidades, e sobre a importância de repensar esses processos. Muito potente a possibilidade de construir outros tipos de documentos, a cada contexto, de maneiras de registrar um sofrimento, um problema, uma história de vida, de que modos podem ser registradas, os efeitos que podem produzir. O projeto Narratives in the suitcase é muito interessante, de grande sensibilidade e fiquei muito animado ao ver as possibilidades de se construir outros documentos, que possam ter mais sentido na vida das pessoas.
O vídeo de Narrativas na Bagagem me inspirou profundamente. Nossa história em movimento: é aquela narrativa que nos pertence pois, nela empregamos o pronome pessoal (meu/minha). Isso me dá um sentido de autoria, de agenciamento, mas, principalmente, uma oportunidade de compartilhar a experiência para uma audiência, para mais pessoas poderem se identificar, ou mesmo, se empoderar para abrir sua história escondida ou esquecida. Denominá-la “história em movimento” traduz um princípio narrativo de esperançar qualquer situação dilematica, colorir qualquer realidade acinzentada. Em nossas bagagens colecionamos aquilo que nos é importante, as relíquias compiladas durante uma vida – pessoas, objetos significativos, memórias e legados de aprendizado na vida, etc. Fazer diferença na vida do outro e poder ter consciência disso é uma grande “cambalhota” de duas práticas narrativas: a a re-associação e a testemunha externa. Saber que somos importantes na vida de quem admiramos nos transforma tanto mais quanto podermos tornar isso público, favorecendo descobertas como essa para mais pessoas que nos escutem.
Nina Vasconcelos Guimarães
Salvador- Ba.